Crise de 1929: o ano em que a melhor economia do mundo, os Estados Unidos, enfrentou sua pior crise econômica. Será que é possível aprender alguma coisa com essa crise? Nesse texto falarei sobre as lições que podemos tirar dela.
1918: a Primeira Guerra Mundial havia acabado, mas o cenário na Europa era de destruição total: 17 milhões de mortos entre soldados e civis. Como consequência, havia um enorme desequilíbrio social nas maiores nações europeias; as nações que antes tinham um enorme poder financeiro e militar, estavam mergulhadas numa crise social e financeiras.
Contudo, em meio ao cenário do caos, surgia uma nova potência econômica: os Estados Unidos. A antiga colônia britânica surgiu como maior potência no pós-guerra. Eles se tornaram a base da economia mundial, não necessitando de nenhum produto para importar e ao mesmo tempo se tornando líder mundial em exportação.
Além disso, os bancos tiveram suas atividades fomentadas de tal forma, que o dólar passou a ser extremamente valorizado, se tornando uma referência em todo mundo. Os cidadãos foram encorajados a investir na bolsa de valores comprando milhares de títulos, isso fez com que a bolsa de Nova Iorque atingisse resultados inéditos em qualquer lugar do mundo. O otimismo era tão grande, que esse período ficou conhecido como “os anos felizes”.
Consequentemente, o consumo nos Estados Unidos aumentou consideravelmente. Foi nesse período que foi criado o American Way of Life, (modelo de vida americana), que atrelava felicidade a realização de novas compras; uma ideia que visava incentivar o consumo. Os Estados Unidos se tornaram sinônimo de prosperidade em todo o mundo
Entretanto, essa euforia durou quase dez anos e aos poucos começou a ruir. Não é possível dizer que foi uma queda sem precedentes. Analisando a conjuntura, é possível afirmar que a crise era uma questão de tempo. O aumento do consumo fez com que a produção também aumentasse. Contudo, quando o consumo começou a se estabilizar, a produção não acompanhou essa queda, mantendo-se a todo vapor.
Assim, a indústria americana se viu diante de um cenário inédito: uma altíssima produção, sem ninguém que pudesse comprar. Foi uma questão de tempo até que tivesse início um ciclo: diminuição do consumo e demissões em massa. Para tentar diminuir a produção excedente, as indústrias demitiram muitos funcionários e com muitas pessoas desempregadas, o poder de compra da população caiu, derrubando ainda mais o consumo e gerando novas ondas de demissões.
Esse ciclo continuou a acontecer fazendo com que os Estados Unidos mergulhassem numa profunda crise econômica. Diante do cenário, a maioria da população que tinha comprado títulos na bolsa de valores, tentou vendê-los rapidamente , mas sem sucesso. Isso gerou uma enorme desvalorização da bolsa, que culminou no famoso “Crack da Bolsa” em 24/10/1929.
De forma geral, toda a população americana foi impactada, houve inúmeros suicídios e muitas pessoas, sem ter outra opção, indp morar na rua. Esse período também ficou conhecido como “A grande depressão”.
Essa crise afetou não somente os Estados Unidos, mas impactou todos os países cuja economia dependia diretamente deles, isto é: um terço de todo planeta. No Brasil, por exemplo, houve aquele famoso episódio onde milhares de sacas de café foram queimadas por falta de consumidores.
A situação era degradante, e necessitava de um planejamento estratégico de retomada urgentemente. O presidente Hebert Hoover desenvolveu algumas medidas para resolver a crise, mas todas elas foram ineficazes.
Em 1933, Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) assumiu a presidência dos Estados Unidos com a promessa de recuperar a economia americana. Contudo, a questão principal era: como reerguer uma economia que estava completamente quebrada?
E aqui retomamos o título desse texto, por que todos deveríamos conhecer essa história? O que, nós em 2020, no Brasil, temos a ver com toda essa história? Por causa do momento de crise que estamos vivendo, muitos empresários estão vivendo uma situação parecida com a dos Estados Unidos em 1929: numa profunda crise, e com inúmeras tentativas de sair dela, mas sem sucesso.
Quantos empresários olham com desânimo para a atual conjuntura sem saber como sair da crise. Por isso, acredito que todos deveriam conhecer a forma como a economia americana se reergueu.
Por mais que as medidas propostas do presidente Roosevelt estivessem ancoradas num pensamento teórico, a situação era tão inédita, que ele precisou desenvolver um planejamento estratégico praticamente do zero.
Portanto, em linhas gerais suas medidas precisariam contemplar dois aspectos:
Ao analisar, pelo menos, duas medidas de Roosevelt, que ficaram conhecidas como New Deal, é possível ver como isso de fato aconteceu:
Os resultados dessas medidas logo apareceram, e a economia americana voltou a se reerguer de tal forma, que após a Segunda Guerra, sagrou-se como a maior potência mundial; mas isso é história para outro post.
O importante aqui é ressaltar que o Presidente Roosevelt não tomou nenhuma medida que ele viu dar certo em outro país. Ele desenvolveu um planejamento estratégico sob medida para os Estados Unidos. Se alguém fosse implementar o New Deal em outro lugar, dificilmente daria certo.
Isso é o que todos tem para aprender com a crise de 29: soluções prontas nunca vão dar certo em qualquer cenário econômico. É necessário o desenvolvimento de um planejamento estratégico sob medida.
Atualmente boa parte das soluções apresentadas, são replicas de medidas que deram certo num seguimento, mas isso não significa que dará certo no seu. Para conseguir uma boa recuperação da crise, é preciso fazer um planejamento estratégico que contemple as demandas do seu próprio negócio.
Ficou interessado em saber mais sobre planejamento estratégico? Fique atento aos próximos posts para aprender mais.